A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está com um projeto de pesquisa onde planeja produzir energia térmica e elétrica a partir de resíduos sólidos, em uma usina termoquímica experimental no Campus Glória.
Procurada pela Polícia Federal, a Universidade dará destino à carga de cigarros apreendidos, totalizando cerca de 60 toneladas ao ano.
A solução envolve destinar o cigarro a um reator que gaseifica o resíduo, gerado um gás inflamável (Syngás), que é destinado a uma caldeira de vapor. Com isso, ele vai para um turbo gerador, que produz energia elétrica.
A usina experimental poderá processar até 300 kg/h de cigarros triturados, gerando energia elétrica para atender até 800 casas populares.
O projeto conta com diversos pesquisadores e instituições de ensino, como a UFU, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Federal do Triângulo Mineira (IFTM) e Universidade de Uberaba (UNIUBE). Algumas empresas também são parceiras nesse projeto, como a Carbogás e Wórtice Energia.
Segundo o diretor-executivo da Wórtice Energia, William Barbassa, empresa que fornecerá a turbina que realizará parte do processo, esse projeto é um divisor de águas com relação à destinação e tratamentos de resíduos urbanos. Afinal, o lixo é um problema mundial e quando falamos sobre o Brasil, em média, cada brasileiro produz 300 kg por ano.
“Com a solução desenvolvida pela UFU, Carbogás e Wórtice, o lixo será recebido na planta, tratado e gaseificado, transformando os resíduos em energia elétrica. Essa energia elétrica é gerada com custo tendendo a zero, já que o projeto se paga rapidamente.”, explica. “E ainda, em contrapartida, temos a resolução de um problema socioambiental, pois além de dar fim ao resíduo, existe a possibilidade de utilizar o lixo já depositado em aterros, resgatando esse passivo ambiental e dando fim a ele também.”, conclui William.
A usina experimental da UFU está prevista para começar a funcionar em 2024.